Monólogo Dialogado Verde Entre (In)Sensatos Nuliglotas.

Cena 2010, Ato 11. (03.11.2010)
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"- vc não combina muito com dúvidas...... sua enciclopédia maluca sensivel sumidaaaaaaaaaaaaaa
- Eu sei... Que estou sumida. Creio que não combino é com dívidas... Acho que aquela morre quando estas nascerem...
- tá na sua testa, amiga. dúvidas.
- Hummm... Apenas uma única. Poupe-me de um plural que me sufocaria.
- o que você quer?
- O de sempre.
- é o que você pode?
- Também o de sempre.
- por isso a dúvida?
- Sim, mas se há dúvida, ela jamais vem do de sempre.
- vc é louca.
- Sou sua conselheira, esqueceu?
- também sou doido.
- Passei a tarde inteira jogando paciência, mas estou impaciente demais. Você e Derval estão bem?
- mais ou menos. a gente briga direto. ele vai para Teresina, fica um tempo e depois volta. vc sabe. reatamos, transamos e brigamos de novo e assim a vida continua........................
- Eu queria ir aí e chorar nos seus braços, mas parece que apenas chorei ao nascer. Parece que perdi a fórmula.
- ninguém perde a fórmula de chorar, querida.
- Sim, perde. Prometi que nunca choraria de medo ou por sofrer. Apenas de alegria. Mas neste momento sinto uma dor sufocante. É estranho... Nenhum medo, nenhum sofrimento, nenhum arrependimento. Apenas dor; é a dor de uma fome que não cessa, que não se curva e que não se apaga. Preciso fraquejar, ceder, experimentar uma baita bofetada da vida e me acrescer com tais experiências.
- doida varrida............................... volta para o PI!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
- Se um dia isto acontecer, tudo bem. Este não é o momento... Hoje passei bem em frente ao prédio onde nos conhecemos. Aquele pardieiro na Demócrito de Souza F.
- kkkk. naquele ovo que não cabia nada???????????????
- Sim, sim. Lá em frente há agora uma deliciosa e pouco movimentada padaria. Sento, aprecio algo, leio o jornal e sei que, quanto mais avanço, mais as tempestades se afastam de mim. Eu, que adoro conselhos... Oh, quão pouco os sigo quando eles me impedem a sensatez. Ahhhh...
- que foi agora minha sinestesia ambulante?
- Esta conexão da Tim, aqui. Horror.
- quer a minha? ÉDGRÁTIS................
- Está difícil, Alex, muito difícil.
- não é você mesma que vive dizendo que detesta coisas fáceis.
- Sim, eu sei. Mas não é fácil aquilo que é apenas necessário. Estou subindo pelas paredes.
- dá pra notar..... poucas vezes lhe vi assim tão agitada. vc nao vai controlar as coisas como quer.
- Eu sei do óbvio, Alex.
- se é assim, por que vc não esquece?
- Como posso esquecer o prazer de estar aqui?
- dinheiro..............
- Falei prazer. Se eu tiver o que todo mundo tem eu serei como todo mundo é. Ai, Alex, ai, Alex, ai, Alex... Que faço?
- toma juízo.......................
- Procurei em vários lugares e não o achei."